O professor Rodrigo Marques, do Departamento de Libras da Universidade Federal de Santa Catarina, ressaltou que a comunicação é o ponto central do ensino bilíngue para surdos. Ele defendeu que a língua de sinais deve ser utilizada em todos os espaços da escola, enquanto o português deve ser ensinado como segunda língua. Além disso, enfatizou a necessidade de professores fluentes em Libras para garantir uma educação de qualidade.
Durante a audiência, foi ressaltada a importância da duração das aulas em escolas bilíngues para surdos, que deve ser maior do que em instituições tradicionais. O professor Marques, que é surdo, explicou que é fundamental respeitar o tempo necessário para que os alunos surdos consigam absorver o conteúdo de forma adequada.
A deputada Amália Barros, autora do pedido para a realização do debate, destacou que a legislação atual assegura a educação bilíngue para surdos como uma modalidade de ensino independente da educação especial. No entanto, ela ressaltou a necessidade de avançar na oferta de uma educação de qualidade para os surdos, incluindo estrutura adequada, formação de professores e valorização da cultura surda.
Os participantes também abordaram a importância da seleção de professores fluentes em Libras para atuar nas escolas bilíngues, ressaltando a necessidade de bancas de avaliação formadas por pessoas surdas para garantir a qualidade do ensino.
Segundo dados apresentados durante a audiência, apenas pouco mais de 7 mil alunos surdos estavam matriculados na educação bilíngue, de um total de 63.106 alunos surdos na educação básica no Brasil em 2020. A comunidade surda no país corresponde a cerca de 11 milhões de pessoas, evidenciando a importância de garantir uma educação inclusiva e de qualidade para esse grupo.
Diante dessas questões levantadas durante a audiência, fica evidente a necessidade de políticas públicas efetivas e ações concretas para promover uma educação bilíngue de qualidade para os surdos no Brasil.